terça-feira, 18 de novembro de 2014

PERDIZES V - 2014


Tempo limpo, com poucas nuvens, ausência de vento, no vale notava-se nevoeiro, olhei para a encosta da serra escolhida para a caçada e vi dois caçadores deslocarem-se para o lado contrário da minha escolha. Resolvi atacar a serra com a tática do caracol de Ismael Tragacete, grande campeão espanhol, fácil de executar em terrenos planos mas de grande esforço físico naquele local, mas as perdizes de Novembro já começam a ser muito complicadas. Ás dez horas as camisas eram só água e eu sem ver nenhuma perdiz, entretanto o nevoeiro começou a subir a encosta e eu parei pois a visibilidade era muito escassa, quando limpou mais retomei em direção ao carro para dar minutos há Daisy e ao Index, pois iniciei com a Fabula e a Pista, a Fabula começa a trabalhar um rasto e nisto bastante largas saltam penso que seis perdizes pois a vegetação não me permite ter a certeza, tento ver onde vão poisar mas não consigo, o voo foi longo, resolvo não ir trocar de cães e encetar a perseguição, enquanto vou na deslocação para o local, vou pensando, aquela paragem por causa do nevoeiro fez com que elas tivessem furado o cerco porque senão a história se calhar seria outra. Tento fazer uma leitura do terreno e perceber onde poderão estar, subo mais um pouco e depois desço em sentido contrário a uma área grande de sujo onde será muito difícil ter sucesso, quando começo a descer vejo a Fabula parada virada para um sitio entre mim e o sujo, já “meti a pata”, devia ter abordado o lance mais perto do sujo, a Pista entretanto fica em patron, bonito, aproximo-me mais delas, saem da paragem e começam a pistar, nova paragem breve mais um pistar e a cerca de 30 metros começam a saltar as perdizes, disparo numa acertei-lhe, mas ela continua a voar, novo disparo e ela cai, tento ver para onde vão as outras, entraram no sujo e deixo de as ver, vamos cobrar aquela dirijo-me para o local, já lá andam a Fábula e a Pista há procura, passado pouco tempo vejo a Fábula com ela na boca, Linda cadela procura o melhor local para vir entregar-me já que tem uns muros pelo caminho e algum sujo. Nada que ela não resolva. Entro no sujo para ver se consigo com que elas levantem para local mais acessível, ao fim de algum tempo a Fabula e a Pista dão com duas pelo menos, sinto-as levantar, mas não as consigo ver. Saio do sujo e vou em direção ao carro para trocar de cães, estes já fizeram um belíssimo trabalho.

os protagonistas com o resultado final
Depois da troca volto ao sujo e vou tentar abordar mais acima, pois elas penso que devem ter subido e também porque penso ter visto umas ligeiras abertas, entro num trilho que penso que seja de javali e que me facilita a progressão, a Daisy e o Index continuam as buscas, quando paro ouço-as a movimentar dentro da mancha, depois de algum tempo meto-me num local em que já não consigo progredir, as silvas cruzam nos carrascos e na outra vegetação, paro com a intenção de voltar atrás, tento localizar os cães pelo seu barulho, estão os dois entre vinte a trinta metros, um quase em frente e outro mais para cima há minha direita, levo a mão ao apito para os chamar para nova direção de busca quando o que está a minha frente, deixa de fazer barulho, aguardo e fico mais atento, pois poderá vir num trilho mais limpo, após algum tempo, sinto levantar duas perdizes, não consigo ver nada, mantenho o olhar fixo num local, onde poderei dar fogo se elas lá aparecerem, uma resolveu lá cruzar, um correr de mão muito rápido, quase instintivo, disparo e algumas penas, parece que abati, pois devido há altura da vegetação, deixei logo de a ver, mando-o os cães cobrar de ferido e tento aproximar-me o mais possível do local os ajudar. Passado algum tempo aproxima-se de mim a Daisy com ela na boca, estava morta ainda bem pois naquele sitio uma perdiz ferida seria quase impossível de cobrar. Linda cadela e modéstia à parte grande tiro, só possível pela experiência de muitas épocas e muitas horas atrás delas. Mais um “Great Day”.

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