segunda-feira, 24 de novembro de 2014

PERDIZES VI


Toda a noite choveu, uma chuva miudinha persistente e amanheceu assim, um ligeiro alivio e iniciei a caçada, acompanhado da Fabula e da Pista, pouco movimento da passarada, sinal que está tudo muito parado, geralmente implica que a caça está amarrada e nos sujos, quase dez horas e apesar de não terem parado poucos sinais das cadelas, um tordo ou outro, ou rasto de algum coelho, levanta-se um tordo de umas silvas, a Pista dá uma corrida atrás dele, juventude, entretanto a Fabula vai batendo o terreno ao longo de um muro de pedra, quando de repente deteta um rasto, segue-o, entra num local em que o muro está derrubado e começa a subir a encosta, de repente para há entrada de um local com mato e silvas, aproximo-me, entretanto chega a Pista e começa a rastear muito contente, a Fabula começa a entrar no sujo, começo a ver um sitio para me colocar melhor, subo um pouco tentando ler as possíveis saídas, após algum tempo, sinto o barulho da saída de duas perdizes, saem completamente tapadas sem qualquer possibilidade de disparo, corro um pouquinho para tentar ver para onde vão, nisto ouço o barulho de outra perdiz a levantar, vejo-a a passar entre a vegetação já a uns bons quarenta metros disparo e caiu. Dirijo-me rapidamente para o local, mas quando lá chego já a Fabula está a cobrar, é impressionante como sem ter visto o voo se dirige para a direção do disparo. 
Pensando um pouco no lance foi fundamental a entrada da Pista em cena pois foi isso que deve ter dividido as perdizes e fez com que aquela se atrasa-se. Após mais algum tempo na direção para onde tinham fugido as outras resolvi ir trocar de equipa. Apesar de terem sido incansáveis a Daisy e o Index não tiveram oportunidades, apesar de não ter ouvido nenhum disparo vi um caçador perto do local para onde penso que foram as perdizes ou elas saíram sem ele ver ou saíram sem lhe dar hipóteses de fogo, sendo certo que bati aquela encosta toda e nem sinal delas. Perdizes de finais de Novembro já tem muita escola.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

PERDIZES V - 2014


Tempo limpo, com poucas nuvens, ausência de vento, no vale notava-se nevoeiro, olhei para a encosta da serra escolhida para a caçada e vi dois caçadores deslocarem-se para o lado contrário da minha escolha. Resolvi atacar a serra com a tática do caracol de Ismael Tragacete, grande campeão espanhol, fácil de executar em terrenos planos mas de grande esforço físico naquele local, mas as perdizes de Novembro já começam a ser muito complicadas. Ás dez horas as camisas eram só água e eu sem ver nenhuma perdiz, entretanto o nevoeiro começou a subir a encosta e eu parei pois a visibilidade era muito escassa, quando limpou mais retomei em direção ao carro para dar minutos há Daisy e ao Index, pois iniciei com a Fabula e a Pista, a Fabula começa a trabalhar um rasto e nisto bastante largas saltam penso que seis perdizes pois a vegetação não me permite ter a certeza, tento ver onde vão poisar mas não consigo, o voo foi longo, resolvo não ir trocar de cães e encetar a perseguição, enquanto vou na deslocação para o local, vou pensando, aquela paragem por causa do nevoeiro fez com que elas tivessem furado o cerco porque senão a história se calhar seria outra. Tento fazer uma leitura do terreno e perceber onde poderão estar, subo mais um pouco e depois desço em sentido contrário a uma área grande de sujo onde será muito difícil ter sucesso, quando começo a descer vejo a Fabula parada virada para um sitio entre mim e o sujo, já “meti a pata”, devia ter abordado o lance mais perto do sujo, a Pista entretanto fica em patron, bonito, aproximo-me mais delas, saem da paragem e começam a pistar, nova paragem breve mais um pistar e a cerca de 30 metros começam a saltar as perdizes, disparo numa acertei-lhe, mas ela continua a voar, novo disparo e ela cai, tento ver para onde vão as outras, entraram no sujo e deixo de as ver, vamos cobrar aquela dirijo-me para o local, já lá andam a Fábula e a Pista há procura, passado pouco tempo vejo a Fábula com ela na boca, Linda cadela procura o melhor local para vir entregar-me já que tem uns muros pelo caminho e algum sujo. Nada que ela não resolva. Entro no sujo para ver se consigo com que elas levantem para local mais acessível, ao fim de algum tempo a Fabula e a Pista dão com duas pelo menos, sinto-as levantar, mas não as consigo ver. Saio do sujo e vou em direção ao carro para trocar de cães, estes já fizeram um belíssimo trabalho.

os protagonistas com o resultado final
Depois da troca volto ao sujo e vou tentar abordar mais acima, pois elas penso que devem ter subido e também porque penso ter visto umas ligeiras abertas, entro num trilho que penso que seja de javali e que me facilita a progressão, a Daisy e o Index continuam as buscas, quando paro ouço-as a movimentar dentro da mancha, depois de algum tempo meto-me num local em que já não consigo progredir, as silvas cruzam nos carrascos e na outra vegetação, paro com a intenção de voltar atrás, tento localizar os cães pelo seu barulho, estão os dois entre vinte a trinta metros, um quase em frente e outro mais para cima há minha direita, levo a mão ao apito para os chamar para nova direção de busca quando o que está a minha frente, deixa de fazer barulho, aguardo e fico mais atento, pois poderá vir num trilho mais limpo, após algum tempo, sinto levantar duas perdizes, não consigo ver nada, mantenho o olhar fixo num local, onde poderei dar fogo se elas lá aparecerem, uma resolveu lá cruzar, um correr de mão muito rápido, quase instintivo, disparo e algumas penas, parece que abati, pois devido há altura da vegetação, deixei logo de a ver, mando-o os cães cobrar de ferido e tento aproximar-me o mais possível do local os ajudar. Passado algum tempo aproxima-se de mim a Daisy com ela na boca, estava morta ainda bem pois naquele sitio uma perdiz ferida seria quase impossível de cobrar. Linda cadela e modéstia à parte grande tiro, só possível pela experiência de muitas épocas e muitas horas atrás delas. Mais um “Great Day”.

PERDIZES IV – 2014

O dia apresentou-se com ameaça de chuva sem vento. Iniciei a caçada com a Fabula e a Pista, depois de bater muito terreno sem qualquer sinal das vermelhudas, a Fabula e a Pista detetam um rasto trabalham a par, começam a subir a encosta, eu tento acompanhar, vou olhando mais para cima, nisto apercebo-me de qualquer coisa a passar numas pedras pelo canto do olho, a passagem foi tão fugaz e rápida, não consegui perceber do que se tratava, mas a minha experiência aconselhava-me a vigia daquela zona, retomo o contato visual com os cães que estão ligeiramente acima da minha posição e vem na minha direção, nisto ouço o vrum!! Característico na minha esquerda, duas perdizes que levantaram rodo, aponto uma e disparo, embrulha-se completamente, rodo para a direção da outra, mas já não a vejo. Mando cobrar, noto a Pista de nariz vem no ar, para o local da pancada da perdiz, mas a Fabula já vem com ela na boca, não lhe dá qualquer hipótese. Retomo na direção do voo da outra, tentando encontra-la, a Fabula detetou-a após algum tempo de busca, chegou a parar no quente do rasto, mas ela levantou-me larga e encoberta sem qualquer hipótese, hora de trocar de equipa.
apesar de ter sido abatida com a presença da Fabula e da Pista estes foram os ultimos intervenientes
A Daisy e o Index trabalharam vem, conseguiram levantá-la mais três vezes, sem me dar qualquer hipótese de abate. A ultima vez a Daisy parou-a duas vezes, com muito boa atitude, ela levantou-me relativamente perto, mas conseguiu sair tapada com a vegetação sem me dar a mínima chance de efetuar um disparo.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

PERDIZES III – 2014

O dia apresentou-se mais fresco que os domingos anteriores ainda assim temperaturas altas para a época, sem nebulosidade e sem vento. Em virtude do cio da Daisy, iniciei com a equipa Fabula e Index. A estratégia seria bater a meia encosta a zona solarenga e depois decidiria o restante. Iniciei a subida para a meia encosta, ao alcança-la comecei a rodear o monte. Após cerca de trinta minutos, a Fabula dá mostra de contentamento, agarro com mais firmeza a arma, nisto a cerca de 50 metros salta uma perdiz e logo de seguida o resto do bando com algumas mais atrasadas, aponto uma disparo e cai, vou a uma segunda novo disparo e nova queda, que adrenalina, dirijo-me ao local da queda da segunda, por ser de mais fácil acesso, mando cobrar os cães procuram por todo lado, subo a uma pedra para ver melhor, ao fim de algum tempo sem conseguirem cobrar, dirijo-me à zona para onde efetuei o disparo para tentar auxiliar a sua busca, local com muita silva baixa, pedras e vegetação pela cintura, um cocktail que não deixava que houvesse uma boa progressão. Eles continuavam com denodo a busca, mas sem qualquer sinal da perdiz, passado cerca de dez minutos e nas minhas deambulações noto uma pena de perdiz presa na vegetação, começo a tirar azimutes, tentando calcular velocidade e direção para determinar o local de queda, nisto a Fabula de nariz no ar teima em procurar junto a uns arbustos mais altos, dirijo-me para uma pedra próxima do local, quando subo vejo uma fenda espreito e vejo lá a perdiz dentro morta, chamo os cães para eles a cheirarem e aperceber-se onde ela está já que não lhe conseguem chegar, tive de a tirar com a ajuda de um pau. Era impossível conseguirem detetar, buraco fechado ausência de vento, não havia libertação de emanação e assim algumas ficam lá.

Dirijo-me para o local do primeiro tiro, mando cobrar novamente, eles procuram mas nem sinal da perdiz, procuro algumas penas para me orientar mas não encontro nada, os cães também não, ao fim de algum tempo, decido ir buscar a Daisy para auxiliar a Fabula, maior experiência pode ajudar. Depois da troca e ao fim de quase uma hora de busca nem sinal da perdiz, evaporou-se, onde se terá metido, debaixo de alguma pedra? Com muita pena minha tive de abandonar a procura e decidi retomar a caçada, sem qualquer avistamento ou sinal dos cães, no local para onde pensei terem ido as restantes perdizes, resolvi voltar ao carro para dar mais uns minutos ao Index e à Pista. Depois da troca efetuada, subi ao monte e retomei em sentido contrário ao inicial, após algum tempo noto contentamento da parte do Index, vou-me aproximando-me dele, nisto a mais de 50 metros levanta uma perdiz, sem qualquer hipótese de disparo, olho para o cão e ele continua a seguir o rasto, faz uma breve paragem, acompanho-o, ele segue o rasto até onde a perdiz levantou, era a única mas gostei muito da atitude do cachorro, ali ganhei o dia. Sem mais registo até ao fim, encontrei um grupo que pelos vistos deu com as perdizes que eu tinha levantado, não conseguiram nenhum abate, daí eu não as ter encontrado.