19 de
Outubro de 2014, o dia apresentou-se sem qualquer nebulosidade, com bastante
calor, ao meio-dia estavam 29º graus, decidi deixar os mais novos em casa e
fiz-me acompanhar da Daisy e da Fabula, seria complicado voltar ao carro para
fazer troca de equipa em virtude da volta delineada por mim. Respirei fundo e
iniciei a caminhada, aquelas encostas são muito ingremes e chão muito
complicado, após algum tempo as cadelas mostram-se mais animadas, deixo-as
trabalhar, vou avançando mais lentamente e bastante atento, a cerca de cem
metros do primeiro sinal, o bando das perdizes levanta, a vegetação não me
permite um tiro muito limpo, mas consigo fazer um disparo e a perdiz desaparece,
pouco depois começo a ver algumas penas a esvoaçar trazidas pela brisa que se
fazia sentir, desço para procurar na zona onde efetuei o disparo, as cadelas
vasculham tudo mas não dão qualquer sinal da perdiz, após algum tempo, decido
retomar a caçada na direção do voo da fuga. Sigo ligeiramente abaixo da meia
encosta, as cadelas voltam-se a mostrar animadas começam a subir, sigo-as, o
bando volta a levantar, bastante tapado pela vegetação, com poucas hipóteses de
abate efetuo um disparo, para tentar separá-las, já a alguma distância verifico
que surtiu efeito, há perdizes que tomam rumos diferentes. Aumentaram as minhas
hipóteses. Depois de algum tempo a estudar a estratégia a seguir, retomo o
andamento, subo uma encosta, as cadelas detetaram um rasto, sigo-as,
As duas protagonistas bastante cansadas, mas pudera como trabalharam e o dono estava pior |
naquilo a
cerca de trinta metros, salta uma perdiz encosta abaixo, disparo não acertei,
continuo a correr a mão, disparo e queda da perdiz, pela minha experiência,
julgo que não está morta, dirijo-me rapidamente para o local da queda, quando
lá chego já lá andam as cadelas, noto algumas penas no chão mas a perdiz não
está, ia para mandar cobrar de ferido, quando vejo a Daisy a cerca de dez
metros num rasto e praticamente de seguida ficar parada para um tojo, será ela,
aproximo-me com cautela, tomo a melhor posição para ver inclusive no chão, ela
desamarra-se e perdiz na boca, bom trabalho. Entretanto aproximam-se dois
caçadores que tinham efetuado alguns disparos mais à frente, em conversa com
eles, foram três perdizes possivelmente do mesmo bando que perseguia, segundo
eles levantaram longe e não fizeram nenhum abate, seguiram na sua direção,
resolvi subir a encosta, para procurar noutra encosta mais à frente, as cadelas
apesar do calor não param, grande carater, naquilo ouço o barulho de uma perdiz
a levantar dentro de uns carrascos, disparo e nada, podia ter feito melhor, vou
no seu alcance, mais à frente levanta outra sem me dar qualquer hipótese de
disparo, sigo no encalço das duas pois a direção foi a mesma, após algum tempo,
entro num carrascal, não tenho contato visual com as cadelas, mas sinto o seu
trabalho, nisto levanta-se uma perdiz a cerca de trinta metros, encaro e perdiz
no chão, mando cobrar passado algum tempo aparece-me a Daisy com ela na boca e
a Fabula ao seu lado. Decido não avançar mais e retomar em direção ao carro,
volto a cruzar-me com os dois caçadores, não conseguiram abater nenhuma, após
alguma conversa retomo, a cerca de duzentos metros do carro a Daisy mostra-se
bastante animada, mas saiem vários melros e pássaros, ela continua e de repente
para, em direção a uns rebentos bastante frondosos de uma oliveira que tinha
ardido quando por ali passou o fogo, não acreditei e abordei o lance
descontraído e pior que isso de forma errada quando estou a cerca de 2 metros
da oliveira irrompe uma perdiz, só consigo efetuar um disparo pois ela logo de
seguida tapa-se, grande falhanço, grande penalti !!!, e mais uma grande lição,
junto ao carro encontrei mais três caçadores que não tinham efetuado qualquer
abate. Mais um excelente dia.
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