quinta-feira, 11 de abril de 2013

GALINHOLAS 2012



Apesar de ainda não me considerar um caçador de galinholas já reservo uma dezena de jornadas de caça atrás da dama do bosque. É uma caça que me tem vindo a apaixonar dada a beleza de alguns lances protagonizado pelos nossos auxiliares caninos. Apesar dos muitos anos que já levo calcorreando os nossos montes, nunca me tinha apercebido do que é capaz a galinhola e do trabalho necessário do cão para a detectar e colocar de maneira a conseguirmos finalizar o lance, já tinha abatido muitas galinholas quando caçava aos coelhos e os podengos ou cães de raça indeterminada proporcionavam muitos levantes a esta bela dama. Com o cão de parar é outra emoção, outra qualidade de trabalho, a adrenalina está ao máximo provocando-nos sensações fortes. A Fabula (Breton) e a Gora (Setter Inglês) estão a formar uma equipa fortíssima apesar de muito jovens, 2,5 e 1,5 anos respectivamente, e como dizem os franceses especialistas nesta caça há muitos anos, um cão apto para esta caça tem que ter 4 patas ou como quem diz 4 anos. Mas como são cadelas de grande carácter, os terrenos onde tenho efectuado caçadas são de grande dificuldade não tendo nada a haver com os terrenos que vejo na maioria das filmagens, exigindo grande determinação e sofrimento, mas elas nunca viram cara à luta. Fruto do seu excelente nariz e da inteligência, tanto uma como outra proporcionaram-me alguns lances muito belos fazendo com que eu me sentisse o mais novato da equipa e por isso o que mais errava. Lembro-me particularmente de um lance numa encosta de pinhal, com tojo, silvas e fetos, ao mesmo tempo que detecto sinais da presença da dama, a campainha da Fabula deixa de tocar, olho e vejo-a parada a meia encosta, nisto a Gora também a avista e fica em patron, aproximo-me o mais possível delas, ao fim de algum tempo, começam a deslizar encosta acima, nova paragem e novo deslize, repete-se a situação várias vezes, a adrenalina é muita, apesar do frio as mãos suam, estamos a chegar ao cabeço, onde se encontra uma mata de pinheiros muito bastos, tento chegar de maneira a cortar-lhe a retirada mas não consigo, levanta-me para o lado contrário completamente tapada, um tiro e nada, voltei ao mesmo local passado umas jornadas, nova paragem num pinhal mais ao lado, um levante e vem errada. Mas para o ano haverá concerteza mais, com a equipa caçador-cão mais madura, marcando novos combates nos mesmos locais ou noutros.

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