quarta-feira, 17 de abril de 2013

GENÉTICA DA PRÓXIMA NINHADA

Há quem defenda que a qualidade de um cão é devido a 50 % de genética e 50 % de trabalho. Eu na minha simples opinião penso que a genética é responsável por 70 % da sua qualidade. Há determinados parâmetros do seu potencial que são adquiridos por transmissão dos seus progenitores, mas isto só se consegue através de uma cuidadosa selecção, nomeadamente só utilizo fêmeas e machos que tenham paragem e cobro natural, paixão pela caça. Esta escolha faz com que na hora de trabalhar teremos a vida mais facilitada . Não basta um cão ser campeão para os seus filhos também serem, poderá este ser um mau transmissor das suas qualidades ou a fêmea não ter a qualidade desejada. Em Portugal falta uma base de dados com a informação dos dados referentes à descendência dos cães que ganham provas, como por exemplo funciona o sistema francês, em que são atribuídos pontos aos pais por descendentes campeões, tornando-os por isso recomendados pelo clube, daí surgindo a designação "Recomendados, Elite"- além de serem campeões conseguem transmitir a qualidade à sua descendência. Haveria muito mais a dizer, mas ficará para uma próxima, deixo abaixo alguns link´s de criadores e fotos de alguns cães, alguns reprodutores já tem mais de uma dezena de descendentes campeões, para poderem observar o estilo e a genética que aí vem se tudo resultar bem.


ubu du bois courcol + java du bois courcol



ofelly du mas d'eyraud


r'vampire du mas d'eyraud



 oscar du pont de cauhet




quinta-feira, 11 de abril de 2013

GALINHOLAS 2012



Apesar de ainda não me considerar um caçador de galinholas já reservo uma dezena de jornadas de caça atrás da dama do bosque. É uma caça que me tem vindo a apaixonar dada a beleza de alguns lances protagonizado pelos nossos auxiliares caninos. Apesar dos muitos anos que já levo calcorreando os nossos montes, nunca me tinha apercebido do que é capaz a galinhola e do trabalho necessário do cão para a detectar e colocar de maneira a conseguirmos finalizar o lance, já tinha abatido muitas galinholas quando caçava aos coelhos e os podengos ou cães de raça indeterminada proporcionavam muitos levantes a esta bela dama. Com o cão de parar é outra emoção, outra qualidade de trabalho, a adrenalina está ao máximo provocando-nos sensações fortes. A Fabula (Breton) e a Gora (Setter Inglês) estão a formar uma equipa fortíssima apesar de muito jovens, 2,5 e 1,5 anos respectivamente, e como dizem os franceses especialistas nesta caça há muitos anos, um cão apto para esta caça tem que ter 4 patas ou como quem diz 4 anos. Mas como são cadelas de grande carácter, os terrenos onde tenho efectuado caçadas são de grande dificuldade não tendo nada a haver com os terrenos que vejo na maioria das filmagens, exigindo grande determinação e sofrimento, mas elas nunca viram cara à luta. Fruto do seu excelente nariz e da inteligência, tanto uma como outra proporcionaram-me alguns lances muito belos fazendo com que eu me sentisse o mais novato da equipa e por isso o que mais errava. Lembro-me particularmente de um lance numa encosta de pinhal, com tojo, silvas e fetos, ao mesmo tempo que detecto sinais da presença da dama, a campainha da Fabula deixa de tocar, olho e vejo-a parada a meia encosta, nisto a Gora também a avista e fica em patron, aproximo-me o mais possível delas, ao fim de algum tempo, começam a deslizar encosta acima, nova paragem e novo deslize, repete-se a situação várias vezes, a adrenalina é muita, apesar do frio as mãos suam, estamos a chegar ao cabeço, onde se encontra uma mata de pinheiros muito bastos, tento chegar de maneira a cortar-lhe a retirada mas não consigo, levanta-me para o lado contrário completamente tapada, um tiro e nada, voltei ao mesmo local passado umas jornadas, nova paragem num pinhal mais ao lado, um levante e vem errada. Mas para o ano haverá concerteza mais, com a equipa caçador-cão mais madura, marcando novos combates nos mesmos locais ou noutros.