quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

BALANÇO ÉPOCA - 13/14

PATOS

Boa época de criação, com boa quantidade, algumas jornadas interessantes e com bons cobros, o breton é um cão que não sendo retriever é um excelente cobrador tanto em terra como na água, sendo habituado não teme efetuar cobro por maior que seja a massa de água e este ano houve grandes alagamentos e caudais de grande dificuldade. Um cachorro filho da Fabula com 8 meses, efetuou um cobro a um pato no meio de um rio, não tendo visto a queda mas mesmo assim foi cobrar, isto em finais de Dezembro, relato transmitido pelo seu dono.

CODORNIZES
FABULA e GORA
A pior época de que me lembro, terrenos alagados na altura da criação, os agricultores a mexerem no terreno muito tarde e quando já havia posturas, culturas muito tarde e a espécie sem alimentação fez com que se deslocassem para fora das zonas onde caço, ou as que ficaram sem conseguir criar, diferença de abate do ultimo ano para este de +/- 70. Mesmo assim algumas jornadas dedicadas, onde observei bonitas paragens e patrons. Devido a conseguirmos quase sempre visualizar o cão é uma caça de grande beleza e estética.

PERDIZES
Encontrei realidades diferentes conforme as zonas que visitei, nalgumas boas densidades de jovens noutras houve má criação. A Rainha continua a tentar lutar contra todas as adversidades, devido à sua braveza lá vai resistindo. As que escapam cada vez são mais finas e é preciso um grande cão para as parar. A Fabula com a sua experiência, apesar de jovem, e fruto do seu excelente nariz lá as foi conseguindo parar, proporcionando-me grandes lances. Um dos lances mais belos, foi na encosta de uma serra virada para o Coa, onde depois de ter levantado o bando sem conseguir qualquer abate, perdigão matreiro, colocamo-nos no encalce dele, a Fabula detetou-as fiz sinal aos colegas, um deles aproximou-se e fomos seguindo a Fabula que ora guiava, ora parava, depois de algumas dezenas de metros, e com ela parada, o meu colega avista uma a passar um muro e então desvia-se para a direita, mas a Fabula continua a deslizar para a esquerda, eu sigo-a acreditando nela, volta a parar, eu aproximo-me, nisto levanta uma perdiz ao troço de uma oliveira e mete logo o tronco da árvore entre a minha visão e ela não permitindo qualquer possibilidade de abate, era o perdigão, muitos anos de luta e sobrevivência, grande lance, ficou para novos encontros. Depois conseguiu algumas paragens aos elementos do bando e alguns abates, nesse mesmo dia conseguiu
ANTONIO MONTEIRO caça com a DAISY
um grande cobro, um colega efetuou um disparo e não sabia se tinha conseguido o abate, depois de algum tempo para conseguir chegar ao local, verifiquei o desanimo dele, queda de água de uma albufeira, inacessível para nós, grande declive, pedras de grandes dimensões e silvados muito fechados, quase impossível e só um milagre dizia-me o colega, embora descrente mandei a Fabula cobrar, ela desceu com grande dificuldade e começou a busca, começamos a conversar que era só um descargo de consciência, depois de algum tempo vemos a Fabula que continuava o seu labor, que grande paixão, algum tempo depois quando já pensávamos em a chamar e desistir, ouvimos um barulho dentro de um silvado o que seria? Teria caído a cadela de alguma pedra, pedras enormes e húmidas por vezes nem os cães se agarram, mudamos de sitio e vislumbramos a Fabula a tentar sair com qualquer coisa na boca, só pode ser a perdiz, mas ela não consegue sair, volta a entrar no silvado, eu incentivo-a, nós não conseguimos lá chegar para a ajudar a sair, ela continua a tentar encontrar nova saída, depois de alguns minutos, conseguimos vê-la, mas ela tem uma pedra que não a deixa subir, então conseguimos chegar a essa pedra e os dois conseguimos resgatá-la com a perdiz, que grande cobro naquele terreno, só ao alcance de uma grande cadela. Noutro dia e noutro local de 7 perdizes mortas por 4 caçadores, quatro paradas por ela, um cobro de tarde a uma perdiz possivelmente chumbada por mim de manhã e ainda viva, que grande festival de bem caçar. Outros dias menos lances mas também de grande beleza e que ficam guardados na minha memória e de outros colegas que viram. A Daisy que acompanhou o meu amigo António Monteiro também efetuou excelentes jornadas proporcionando-lhe excelentes lances, excelente qualidade com grande potencial, pois é uma cadela ainda muito jovem. Belíssimo comportamento também do filho da Fabula , de seu nome GAUDI (Prop. Pedro Lourenço) com 1 ano e pouco já a conseguir parar perdizes bravas e sempre com grande paixão, grande futuro pela frente.

NARCEJAS


FABULA parada com NARCEJA
FABULA cobra NARCEJA
Em Novembro, efetuo sempre algumas caçadas à codorniz e narcejas, pois a minha zona permite, como estava muito fraco nas codornizes, procurei não delapidar muito o património pensando no futuro, fazendo só alguns abates e não pressionando muito a zona. Como estava boa de narcejas, compensava caçando de salto com a Fabula, é uma caça super desportiva, onde me proporcionou grandes paragens e momentos muito belos.

GALINHOLAS

DAISY parada com GALINHOLA
A bela dama é a Rainha dos bosques. Em Novembro e Dezembro algumas caçadas e alguns lances, mas foi em Janeiro e Fevereiro que ficou excecional, verdadeiro recital da Fabula de bem-fazer, proporcionando-me lance atrás de lance, um dia com 11 paragens e a maioria sempre superior a 6, que cadela e isto com 3 anos, que belas guias e paragens de minutos, esperando por mim para eu tentar ganhar a melhor posição.
Em meados de Janeiro acompanhada da Daisy, que começou a aprender conseguindo ainda bloquear algumas, cobrando uma ferida e efetuando diversos patrons à Fabula, proporcionando-me lances de grande beleza. Grande dupla deixando-me água na boca para a próxima época. Época terminada que veio enriquecer a minha memória cinegética, proporcionando-me o equilíbrio emocional para enfrentar a vida profissional.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

FABULA x DUQUE DOS MALHEIROS - 2014-02-14

Depois da época terminada é tempo de criação para continuar a evoluir e assegurar o futuro. Todas as minhas fêmeas são testadas em caça real e só depois de verificar as suas qualidades são utilizadas como
reprodutoras. A Fábula entrou em cio e realizou uma monta com o Duque dos Malheiros, a opção por este macho, entre vários de excelentes qualidades, prende-se com alguma expectativa da minha parte em sair exemplares de grande qualidade na caça, com osso e grande carácter para abordar todos os terrenos. Das ninhadas anteriores da Fabula saíram exemplares de grande qualidade o que atesta a sua boa qualidade como reprodutora. O Duque é um cão que admiro pelas suas boas qualidades, excelente nariz, inteligente, carácter e morfologia. É um cão que bloqueia muito bem as perdizes, fruto da sua qualidade, com uma genética excelente Onil, Ari de Riotejo, Laos de Bois de Vauchelles, Alecrin, etc.., penso que trará enorme qualidade à ninhada. È um cão que é utlizado
 na caça, sem treino para provas, mas na monográfica do Breton  conseguiu um 2º lugar em Santo Huberto, prova por mim observada, só não conseguiu o 1º fruto de uma má decisão do condutor.
Aceita-se reservas sem necessidade de pagamento inicial, as escolhas serão feitas por ordem de chegada das reservas.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

GALINHOLAS- 02/02/2014

Fabula e Daisy com a galinhola

Comecei a caçar num local onde já tinha efectuado levantes a uma galinhola em vários dias, a Fábula sobe na lateral de um regato, começa a subir em direcção ao cabeço, eu acompanho o movimento, ela cruza na minha frente e desce, de repente o beeper soa, está parada, aproximo-me e vejo-a, tento contornar a mancha suja e ficar de frente para ela, a galinhola não me deixa, sente o meu movimento e levanta, não a consigo ver, mais uma vez conseguiu levar-me a melhor. Prossigo em direcção aonde possivelmente poderá estar. As cadelas continuam a sua busca, deixo de ouvir o guizo da Daisy e logo de seguida o beeper da Fabula começa a soar, aproximo-me, estão dentro de um eucaliptal muito cerrado com mato, começo a ouvir os guizos, estão em movimento, a galinhola já tinha saído antes de eu chegar. Prossigo em direcção a um local, com boas características mas aonde não me tinha levantado nenhuma nos outros dias. A Fabula embrenha-se no matagal mais a Daisy, sinto o guizo da Fabula a diminuir de ritmo, está no rasto de qualquer coisa, deixei de ouvir, começa a soar o beeper, está parada, vejo a Daisy a descer a encosta em direcção a ela, excelente, vai tapar uma das possíveis saídas para um local ainda mais denso de árvores, posiciono-me o melhor possível, o guizo da Daisy deixa de se ouvir, está parada, a galinhola está no meio das duas, neste
Fabula reparem no peito marcado pelo mato duro
momento só se ouve o beeper da Fabula, momento de grande adrenalina, a galinhola salta, coloca um pinheiro com muita rama entre mim e ela, um disparo e nada, sai um bocadinho fora da rama, novo disparo e tomba, deu-me a ideia que não está morta, dirijo-me rapidamente ao local, quando lá chego já lá andam as duas cadelas, sinto que vão num rasto, a cerca de dez metros, ficam as duas paradas, avanço pelo mato muito espesso, a galinhola mexe-se elas avançam e agarram-na, estava de asa, lindas e excelente trabalho. Depois de um afagar e da contemplação daquela bela dama continuo. A cerca de 50 metros daquele lugar, as cadelas começam a dar sinais de um rasto, subo mais um pouquinho a encosta para tentar obter melhor posição, ao passar por dentro de um pinhal basto a galinhola sai-me nas costas sem qualquer possibilidade de abate, vejo as cadelas a vir na minha direcção, era aquela, má opção da minha parte vamos aprendendo. Vou tentar encontrá-la de novo, vou em direcção a um fundo com mato velho e sombrio poderá lá estar, as cadelas rebuscam tudo com boa dinâmica, de repente o beeper da Fabula começa a tocar, tento posicionar-me, a Fabula desliza e volta a parar, vou acompanhando, novo deslizar e nova paragem, neste final de época são muito andarilhas, novo deslizar e nova paragem, a dança continua, sinto a Fabula a passar um regato de água, a galinhola é sabida está a usar todas as estratégias para despistar a cadela, mas ela não se deixa enganar, grande cadela, olho para trás já estamos a cerca de cem metros do local inicial, na frente vislumbro
uma estrada, será ali que ela vai levantar, vejo a Daisy a vir pelo meio do mato, em direcção à Fábula, nisto salta a galinhola rente ao mato em direcção à Daisy não posso disparar, logo de seguida tapa-se, conseguiu escapar. São os inconvenientes de andar com dois cães, mas só andando é que eles aprendem e o benefício será maior no futuro. De regresso ao carro mais duas paragens, uma de cada, sem possibilidade de abate, mas mais um Great Day.